quarta-feira, 30 de abril de 2014

AGRADECIMENTO






Bom o nosso grupo veio agradecer todos os sites e blogs que nos deram um suporte em termo de material para que assim pudéssemos enriquecer essa atividade que nos foi proposta pela a professora Ana Paula  esperamos ter concluído com êxito essa etapa.

Beijos e ate à próxima!






Jakceneide Santos
Débora Aline
Hidelgardia Carvalho.

SARAU


Através de pesquisas feitas procuramos o significado de sarau que é: festa noturna,em casa,clube ou teatro resumindo festa literária noturna.Apesar de ter esse significado o sarau não envolve somente literatura mais sim poema,dança,arte e cultura e da para faze-lo na ensino fundamental depois de muita pesquisas achamos em um site como fazer um sarau,confira abaixo para ler na integra acesse o link disponibilizado abaixo respeitando assim os direitos autorais:


O Sarau é uma reunião de pessoas com a finalidade de se expressar culturalmente ou artisticamente. Ao promover esses encontros, estamos fortalecendo os pólos culturais de uma localidade. O Sarau desperta através da cultura, a sensibilidade das pessoas para a realidade à sua volta e as estimula a refletir sobre elas a partir de outras linguagens.
Veja algumas dicas de como fazer um sarau na sua casa:
1.   Chame os amigos que realmente gostam de literatura. Quem lê esporadicamente pode se entediar com o objetivo do sarau que é a leitura.
2.   Tenha um bom espaço na sua casa para abrir uma "roda". Espalhe cadeiras, bancos e almofadas no chão (puffs são uma boa dica) para que todos possam ficar de frente para o meio da "roda", que é o local onde o leitor da vez fica. Nesse caso, o espaço pode ser um jardim, uma sala de estar ou até mesmo um bar onde os amigos costumam se reunir.
3.   Procure definir um tema do sarau. Por exemplo: faça só de livros de romance ou então de livros de crimes. Colocar temática no sarau pode parecer restritivo, mas fica bem bacana e divertido, afinal, cada participante pode escolher o autor favorito de cada tema.
4.  Defina um horário para terminar, senão, pode ficar cansativo e chato. Assim, todos têm oportunidade de ler e vão dar vez aos outros.
5.  O sarau não pode ser interrompido, pois a leitura é um momento de atenção e divertimento.

Portanto, se for oferecer algo para comer, dê preferência aos petiscos, como amendoim, tábua de frios e outros semelhantes.
Obs.: O sarau precisa ter rotatividade. Se você perceber que há pessoas que ainda não tiveram chance de ler, tome as rédeas da organização e defina uma ordem.



Dicas dadas o que acha de você organizar agora um sarau na sua escola?
Beijos e ate mais !

ARTES E FEIRA DE CIÊNCIAS DE MÃOS DADAS PARA A CULTURA:




Bom colocamos esses dois post juntos porque acreditamos que eles andam de mãos dadas,se for fazer uma analise veremos que os trabalhos feitos nas salas de aula estimulando a criatividade e a arte podem ser expostas nas feiras de ciências elaboradas pelo os professores veja a seguir fotos da junção dessas duas lindas “irmas”:

-Veja alguns trabalhos do ensino fundamental I expostos na feira de ciência ,para ver na integra acesse o site no link abaixo:



Link: http://wwwdiariodeclasse.blogspot.com.br/


-Mais uma amostra de arte na escola na feira de ciências :





Link: http://prolueducadora.blogspot.com.br/2011/11/mostra-de-arte-na-escola.html


-Agora veja a pequena feira de ciências da educação infantil mostrado sua arte:



Link: http://tempodeescolaniteroi.blogspot.com.br/2012/01/movimento-danca-musica-e-artes-visuais.html





FILMES:



Levar filmes para a sala de aula é uma ótima estratégia para os professores conseguirem discutir com os alunos temas da atualidade, fatos históricos, drogas, saúde, meio ambiente e outros problemas sociais.
Para tanto, o educador deve manter-se em contato com esse tipo de material, garantindo um conhecimento prévio dos mesmos, antes de levá-los para a sala de aula.
É importante o uso desses materiais alternativos, pois serve de motivação para os alunos, levando-os a um índice de concentração maior, bem como do desenvolvimento crítico e cultural.

Os professores podem utilizar esses recursos tanto para trabalhar os conteúdos a ser ministrados com os estudantes, como para complementar sua própria formação.


-Confira alguns filmes selecionados por nosso grupo :


Entre os muros da escola (Entre les Murs), drama, França, 128min, 2007. Com direção Laurent Cantet e vencedor da Palma de Ouro de Cannes, 2008, é um filme que discute o papel do professor, a relação com a família; avalia também a questão do participar e do silenciar em sala de aula, da nota/avaliação versus comportamento, como uma forma de impor limites; demonstra como incentivo, elogio e valorização mudam atitudes e descobrem talentos. Atividades como a elaboração da auto-imagem, através do auto-retrato, posteriormente, usando no laboratório de informática, o editor de texto, e imagens fixas (fotografias) ou móveis (vídeos), promovem a integração do aluno e sua identidade com a turma, com a escola, a família e consigo mesmo. Sempre digo que entendo o aluno quando conheço seus pais e/ou responsáveis.
 Atividades como essa do auto-retrato, tendo prosseguimento no laboratório de informática, são o exemplo de como todas as ações devem estar conectadas em rede, nem sempre referentes a rede lógica dos computadores, mas uma lógica de planejamento, unindo didática e metodologias adequadas ao meio e ao ambiente utilizado em cada ação...
 A cena do auto-retrato e da leitura do diário de Anne Frank remete-me a outro filme inspirado em fatos reais, e a vida de outra educadora, chamado Escritores da Liberdade. Utilizar, às vezes, fragmentos de livros e breves cenas de filmes, músicas e outros recursos, funcionam melhor do que usar esse mesmo material em sua integralidade. O importante é passar um conteúdo, uma mensagem, algo que seja significativo, relevante, tanto do ponto de vista educacional como social, em que a tecnologia seja meio e não apenas finalidade... O objetivo principal deverá ser sempre o conteúdo educacional.





O belo filme acima Além da Sala de Aula (2011), é inspirado na história de vida e no trabalho da professora iniciante Stacey Bess, que é contratada para dar aulas aos filhos dos sem-teto de um abrigo em Salt Lake City (EUA), em meados dos anos 1980, e que mostra como - através do que o Educa Tube chama de Pedagogias do Exemplo e do Afeto - a referida educadora consegue superar os medos iniciais de todo profissional, encaminhado para uma função sem a menor estrutura e com intuição, inspiração, cordialidade, vai superando preconceitos dela mesma em relação ao demais e dos outros em relação a ela própria. Tudo é improvisado no local, sequer existe uma escola, apenas um galpão que é utilizado como sala de aula precária.





Dr. Benedict acredita que as crianças norte-americanas não têm boas notas por excesso de tempo livre: quando foi diretor escolar, tentou abolir a hora do recreio; agora, como político, tentava acabar com as férias de verão. Como a proposta não teve progresso no Congresso Nacional, ele contrata um bando de cientistas para que eles tentem desviar a lua de seu curso com o objetivo de fazer nevar na Terra durante todo o ano. Para colocar seu plano em prática, ele invade a Escola da 3rd. Street durante o recesso. Mas T.J. descobre tudo e, junto com seus amigos, o diretor e os professores, acaba com a pretensão do Dr. Benedict. Durante a trama, o diretor Prickly relembra seus tempos de estudante, o início de sua carreira como professor e os valores que o levaram a escolher a profissão. Em diálogos com T.J., enquanto tramam como expulsar os invasores, ele revela seus sonhos e anseios e mostra ao aluno -- um dos mais capetinhas da escola -- que todo professor já foi também estudante...







AULA FORA :





Todos nos sabemos que não se aprende somente na sala de aula,que podemos fazer uma sala de aula em qualquer lugar pode ser no pátio,cinema,teatro ,museu e por ai vai além de ser uma metodologia diferente de se aplicar o conteúdo os alunos aprendem mais na forma lúdica e descontraída.Confira abaixo o seguinte post falando sobre isso que encontramos em um blog,o link do mesmo estará disponível no final respeitando assim os direitos autorais:



             Por mais simples que pareça trabalhar na sala de aula, é imprescindível que o professor ofereça alguma vez o diferencial de aula fora da sala para seus alunos e claro, para ele próprio.

          Para trabalhar um tema no pátio, quadra, ou em qualquer outro ambiente como em visitas monitoradas, o professor deve antever-se e definir claramente seus objetivos para definir as etapas para a realização da atividade.

Uma visita monitorada pode se transformar em uma experiência rica para o aprendizado, uma vez que estará sempre na lembrança de seus alunos!

8 dicas para ficar tranquilo na hora do
passeio escolar
CUIDADOS COM IDENTIFICAÇÃO E BAGAGEM:
A criança deve sempre levar alguma identificação pessoal durante os passeios fora da escola e o contato de quem deve ser chamado no caso de eventuais emergências. É interessante também fazer uma lista para não esquecer de colocar nada na mochila: agasalho, lanche saudável e balanceado, além dos acessórios para as atividades previstas, como por exemplo sunga ou maiô para entrar na água.
QUANTOS MONITORES DEVE HAVER NO PASSEIO?
Desde um passeio à pé, perto da escola, até uma viagem para dormir fora, é essencial que a escola tenha um número adequado de adultos para monitorar todas as crianças. "A proporção deve ser de um adulto para cada três crianças. Essa relação deve ser respeitada não importando se o grupo de crianças está na faixa dos 5 anos ou dos 14 anos de idade", afirma Lia Gonsales, Coordenadora de Mobilização da ONG Criança Segura. "Mesmo as crianças mais velhas precisam desse acompanhamento, porque quanto mais velhas, mais independentes elas se sentem. E é necessário supervisão para que não se dispersem e não saiam correndo na rua por exemplo".
A PARTIR DE QUE IDADE PODEM SER FEITOS PASSEIOS?
"A partir de 5 anos as crianças já têm idade para conseguir entender instruções para um passeio", diz Lia Gonsales, coordenadora de Mobilização da ONG Criança Segura. Antes dessa idade, as crianças só devem sair se o passeio for mais supervisionado e o roteiro bem curto.
E O TRANSPORTE, COMO DEVE SER?
No caso dos passeios que envolvam utilizar transporte, os pais devem pedir à escola que informem qual é a empresa que fará esse transporte e para verificar se ela está regularizada. É importante também observar se o veículo tem equipamentos adequados, como o cinto de segurança adaptado para cada faixa etária. "O veículo deve ter cadeirinha para crianças com peso de 9 a 18 kg, assento de elevação para crianças de 18 a 36 kg e cintos de segurança de três pontas para crianças acima de 1,45 m de altura", diz Lia Gonsales, Coordenadora de Mobilização da ONG Criança Segura. Ela também recomenda verificar os documentos do motorista e avaliar o estado geral de conservação do veículo.
O QUE OBSERVAR NO LOCAL DA VIAGEM?
Assim como na questão do transporte, a escola também tem que informar aos pais todos os detalhes sobre o local onde as crianças vão dormir e conviver, no caso de viagens. É importante verificar as referências do local, tomar conhecimento sobre suas instalações e atividades que o local proporciona. "O ideal é que as camas não sejam do tipo beliche. Se forem, é essencial que tenham grade", diz Lia Gonsales, Coordenadora de Mobilização da ONG Criança Segura.
COMO PREPARAR A CRIANÇA PARA UMA VIAGEM SEM OS PAIS?
"Pernoitar em um local estranho e longe dos pais pode deixar algumas crianças bastante inseguras. Uma possibilidade para iniciar uma adaptação nesse sentido é que um dos pais ou uma das mães do grupo acompanhe a turma, alguém conhecido dos demais colegas", diz a educadora Andrea Ramal. Mas ela pondera que, em geral, as crianças se adaptam bem quando sentem confiança e segurança no professor que conduz a atividade.
COMO NÃO TRANSMITIR INSEGURANÇA À CRIANÇA?
Não são só as crianças que precisam se preparar para o passeio escolar. Os pais também. "Os pais precisam permitir que a criança cresça", diz Rita Dalpiaz, professora do curso de pedagogia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). A educadora Andrea Ramal concorda: "Os pais devem ficar atentos para não passar insegurança à criança. Mostrar que confiam nela e na escola. E mostrar que estão felizes por essa oportunidade que a criança terá de ganhar novas experiências e mais autonomia, mostrando que esperam o retorno dela com muito carinho".
SE A CRIANÇA FALTAR AO PASSEIO, PODERÁ SE PREJUDUCAR NAS PROVAS?
O conteúdo estudado durante passeios escolares ou atividades de estudo do meio não pode ser cobrado pelas escolas nas provas, segundo Rita Dalpiaz, professora do curso de pedagogia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Trata-se de uma experiência a mais para as crianças, mas que não pode ser cobrada da mesma forma que os conteúdos estudados em sala de aula.

De acordo com a educadora Andrea Ramal, se a criança não puder participar de um passeio por motivos como doença ou até mesmo impossibilidade financeira no momento, os pais podem pedir que a escola ensine conteúdo em outra oportunidade, mesmo que com outro recurso didático. "A experiência e a vivência são únicas, mas pelo menos a criança pode ter acesso aos conhecimentos que possam ter sido tratados. Por exemplo, numa ida ao museu, se a criança faltar, poderá visitá-lo virtualmente. Não será nunca a mesma coisa, mas será melhor do que não ler nada sobre o assunto. Cada caso é um caso e os pais devem sempre buscar a orientação da escola sobre como proceder", diz Andrea.

















ENTREVISTAS :

Confira abaixo algumas entrevistas de grandes educadores dando dicas e opiniões sobre a  nossa educação como pode melhorar?,aonde estamos errando? veja:

JUAN DELVAL Juan Delval: "É essencial saber como o aluno aprende"

Segundo o autor espanhol, que pesquisa as concepções sociais de crianças e jovens, é necessário entender quais são elas para ensinar bem



_Por a entrevista ser muito grande separamos somente algumas partes a integra de toda a entrevista esta no final do post no Link.
Muito se fala em "levantar o conhecimento prévio do aluno", mas pouco se sabe realmente sobre os caminhos do pensamento infantil. Não existe um ponto de partida zero para ensinar ou aprender. Todos possuímos um conhecimento, além de representações e modelos elaborados e estabelecidos individualmente, para entender o mundo.

Por compartilhar dessa visão, o autor espanhol Juan Delval centrou seu trabalho na pesquisa sobre o desenvolvimento do pensamento científico e no levantamento do que as crianças acham sobre questões sociais. Conhecer as concepções delas, de acordo com ele, é um passo importante para ensinar bem. "Uma vez que um dos objetivos da escola é levar os estudantes a formar representações adequadas do mundo em que vivem, o educador precisa ter como referência essas ideias preconcebidas para realizar sua tarefa satisfatoriamente."
Catedrático de Psicologia Evolutiva e de Educação na Universidade Autônoma de Madri, Delval foi coordenador do Programa de Doutorado em Desenvolvimento Psicológico e Aprendizagem Escolar da mesma universidade. Tem realizado conferências e pesquisas em vários países ibero-americanos, entre eles Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Cuba e México. Nesta entrevista, concedida a NOVA ESCOLA quando esteve no país, em novembro do ano passado, Delval conta as principais descobertas sobre a concepção de crianças e adolescentes a respeito da sociedade.
Qual o papel da escola, como instituição, nesse processo? DELVAL Tomar como base os conceitos infantis para ajudar a transformá-los em conhecimento científico. Muitas vezes, o professor parte do pressuposto de que a criança chega à escola sem conhecimento, e não é assim. Ela sabe menos que os adultos, mas tem o domínio de outras competências, como a tecnologia. O desenvolvimento do conhecimento da turma depende do que ela já conhece. 
Que ideias infantis podem ser destacadas no que se refere ao desenvolvimento econômico? 
DELVAL A primeira realidade econômica com a qual os pequenos se relacionam é provavelmente a loja. Eles aprendem muito cedo que esse é o lugar onde obtêm diversas coisas de que precisam e que isso se dá em troca de dinheiro. Mas, por volta dos 5 anos, não entendem a troca em si. Para eles, o dinheiro é um elemento ritual que permite a compra. Muitas vezes, interpretam que o vendedor devolve mais dinheiro do que recebeu porque olham a quantidade de notas e não o valor delas. Chegam ao ponto de dizer que uma as fontes para obter dinheiro é a loja. 
As crianças compreendem o lucro? 
DELVAL Não. Veja que curioso: até os 11 anos, as entrevistadas nas pesquisas acreditavam que o dono da papelaria cobra por um lápis o mesmo que paga na compra. Isso se explica pela confusão de valores morais - recebidos por meio dos pais. Elas consideravam o lojista um amigo que estava resolvendo um problema. Muitas diziam, inclusive, que ele oferece os produtos com preço abaixo do custo porque, assim, vende mais. Apesar de estarem imersas em uma sociedade centrada no lucro, não conseguem entendê-lo.

Quem eram os entrevistados? 
DELVAL Crianças e jovens da Inglaterra, da Holanda, da Itália e do México. Entre eles, havia quem trabalhava nas ruas como vendedor ambulante e, mesmo nesse grupo, os resultados foram muito semelhantes. Há pequenas alterações de acordo com as faixas etárias, mas os que tinham um melhor conhecimento sobre o processo de compra e venda também não conseguiam entender o lucro.

Em seu livro Los Niños y Dios. Las Ideas Infantiles Sobre la Divinidad, las Orígenes y la Muerte, são tratadas as imagens dos pequenos sobre Deus. Quais são elas? DELVAL O livro traz os resultados de uma pesquisa que fiz com uma orientanda na Espanha e no México entre os que frequentavam escolas católicas. Em relação a Deus, os pequenos têm uma ideia muito concreta: é uma pessoa vestida com uma túnica comprida, que tem os cabelos brancos e compridos e usa uma coroa. Ele fica no céu, rodeado de anjos. Já os maiores pensam de forma mais abstrata e fazem uma reflexão pessoal sobre o assunto. Para eles, Deus é um sentimento interno que tem a ver com a consciência moral. 

Qual a conclusão de seus estudos? DELVAL A criança enxerga a sociedade de uma forma muito diferente do que o adulto. Para ela, vivemos num lugar sem conflitos, em que todos cooperam e os adultos detêm o conhecimento, que é algo valioso. Os ricos são ricos, e os pobres, pobres - não há níveis intermediários. Acredito que a origem de muitos problemas sociais, hoje em dia, reside na fase em que os adolescentes descobrem que a sociedade não é, de maneira alguma, racional e organizada, como tinham em mente. Eles experimentam, então, a frustração por se sentirem impotentes para mudar a ordem das coisas.

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Entrevista II

Para Alberto Carlos Almeida, só a escola garante uma sociedade ética

Para o sociólogo, mais tempo de estudo dará aos brasileiros valores mais nobres, essenciais para o crescimento do país


Alberto Carlos Almeida. Foto: Daniel Aratangy

Ética, sexualidade e família são alguns dos temas tratados por Alberto Carlos Almeida - no livro A Cabeça do Brasileiro, um desdobramento da Pesquisa Social Brasileira (Pesb), em que o sociólogo investigou os atuais valores de nossa sociedade. As obras do antropólogo Roberto DaMatta e de seus seguidores, que afirmam ser o Brasil um país antiquado, serviram de base para o trabalho.
Nos tempos de graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Almeida lia os livros de DaMatta e pensava em provar que suas definições estavam equivocadas. "Com a pesquisa, vi que, na média, elas estão corretas", afirma. Durante cerca de três meses, em 2002, pesquisadores percorreram 102 municípios para entrevistar, em casa, 2 363 pessoas. A amostra revelou um retrato desolador no que se refere aos princípios do brasileiro.
Nesta entrevista concedida a NOVA ESCOLA, o coordenador do trabalho, que cursou mestrado e doutorado em Ciências Sociais, faz relação entre o pouco tempo de estudo do cidadão e os valores ruins que possui. "Para resumir a conclusão da pesquisa em uma frase, digo que só a Educação pode melhorar uma pessoa."

O que a pesquisa realizada sob sua coordenação revelou sobre os valores do povo brasileiro?Alberto Carlos Almeida No Brasil, há a idealização de que os pobres são bons e ingênuos, e os ricos, maus e espertos. No entanto, a pesquisa mostrou que pessoas menos favorecidas economicamente e que têm pouco estudo defendem o "jeitinho brasileiro" e a violência policial e confundem o espaço público com o privado - valores considerados arcaicos. Por outro lado, quem tem nível superior e compõe a parcela mais rica apóia valores sociais democráticos, essenciais para um país desenvolvido.

Que dados confirmam isso?Almeida Um princípio que pauta as relações humanas é a hierarquia. Esse aspecto ficou claro nas respostas à seguinte pergunta: o patrão diz ao empregado que a partir daquela data ele pode ser chamado pelo pronome de tratamento você. A maioria das pessoas menos favorecidas acha que o funcionário deve continuar usando o tratamento de senhor. Outra questão apontava que os moradores de um edifício liberariam o uso do elevador social aos trabalhadores do condomínio. Grande parte desse mesmo grupo disse que o certo seria continuarem utilizando o de serviço. Para eles, pessoas diferentes têm direitos e lugares distintos. No filme Tropa de Elite, por exemplo, há espectadores que aplaudem quando a polícia é violenta. A Pesb comprova esse comportamento medieval. As pessoas não apóiam que o bandido seja preso e julgado, com direito a defesa. Elas acham certo matá-lo independentemente de ele ser ou não culpado.

É possível que os entrevistados com mais instrução tenham dado respostas "ideais" em vez de ser sinceros?Almeida As perguntas foram feitas de maneira indireta, ou seja, representavam condições hipotéticas. Por exemplo: uma mãe que está com o filho doente conhece alguém que trabalha no posto de saúde e consegue passar na frente de outras pessoas. Você acha que o "jeitinho" está sempre certo, certo na maioria das vezes, errado na maioria das vezes ou sempre errado? Para chegar a esse formato, fizemos pré-testes perguntando se o sujeito furava a fila, se conhecia alguém que fazia isso e se ele era a favor dessa atitude. A resposta era sempre não. Então, concluímos que não poderíamos perguntar desse modo, pois todo mundo mentiria. Mesmo assim, vamos supor que quem estudou mais se policiou nesse momento. Isso revela que esses indivíduos prezam alguns valores, diferentemente dos que têm menor grau de instrução, que nem sequer cogitaram essa possibilidade.

Em suas palavras, a escola não é conservadora. No entanto, ela é constituída por pessoas que prezam valores familiares e religiosos, esses, sim especialmente conservadores.Almeida Sim, ela é feita por pessoas conservadoras, mas quando uma criança ingressa nela percebe que o mundo não é mágico nem composto de monstros e super-heróis, mas feito de coisas palpáveis. Ela aprende sobre a origem do mundo em Ciências e conhece as conquistas territoriais em História. Os conteúdos treinam o sujeito para pensar de forma cética. Ele continua acreditando em Deus, mas não deposita seu destino nas mãos dele. A escola ensina que cada um pode resolver os próprios problemas, sejam eles matemáticos, físicos ou de comunicação. E, quanto mais tempo de estudo, maiores as chances de conseguir um emprego numa grande empresa e, conseqüentemente, um salário melhor.

Como nasceu o famoso jeitinho brasileiro e por que ele é tão valorizado?Almeida Seguir uma fila é uma regra informal, ou seja, não está escrita em algum lugar e desrespeitá-la ou furar a frente de alguém são ações que não prevêem prisão ou multa. Porém, quando as pessoas quebram esse contrato, estão dando um "jeitinho". É algo institucionalizado mais em alguns segmentos do que em outros. Por exemplo, para os que têm uma vida difícil, essa atitude acaba sendo algo facilitador e a prática costuma até ser motivo de orgulho.

E isso aparece também na escola?Almeida Sim. Quando as faltas de um aluno são abonadas para que ele não seja reprovado, por exemplo. Com essa atitude, o professor - que é uma referência para crianças e jovens e, por isso mesmo, deveria combater esse tipo de comportamento - passa a mensagem de que isso é aceitável, permitido.

De que forma a pergunta sobre o espaço público e o privado afeta o dia-a-dia de professores e alunos ?Almeida Em uma questão, há a afirmação de que cada um cuida do que é seu e o governo cuida do que é público e 74% dos entrevistados concordaram com isso. A crença é mais forte entre os que possuem pouco estudo. Quem tem maior grau de instrução acha que, se agir e pressionar, haverá uma reação e algo será feito para mudar um serviço ruim, por exemplo. Talvez isso explique a razão de pais de alunos de instituições estaduais ou municipais participarem menos do cotidiano escolar do que os das privadas.

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Entrevista III

"A tecnologia vai melhorar a educação, mas não substituí-la", defende professor da Universidade do Futuro


Nos próximos 20 anos, o mundo vai mudar mais do que nos últimos 200 anos — e a educação estará no centro dessa revolução. 

O venezuelano José Cordeiro propõe um novo papel para professores e alunos, especialmente para aqueles estudantes que estão começando o aprendizado, os "nativos digitais", que já nasceram no ambiente das novas tecnologias e das redes sociais. 

Diretor do Projeto do Milênio (Venezuela) e professor na Singularity University, fundada pela Nasa e pelo Google nos Estados Unidos, Cordeiro está em Porto Alegre para participar do 12º Congresso do Ensino Privado, promovido pelo Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS). 

O tema do evento, que ocorre até sexta-feira na PUCRS, é A Maestria do Professor na Arquitetura da Aprendizagem. 

Zero Hora — A educação no Brasil enfrenta dificuldades com a formação dos docentes, o que inclui pouca prática em sala de aula durante o curso universitário e acesso limitado a novas tecnologias. Para complicar, a profissão enfrenta uma desvalorização, com salários baixos e poucos estudantes interessados em seguir na carreira. Como as novas tecnologias podem colaborar para uma transformação?

Cordeiro — As novas tecnologias estão ficando melhores, mais rápidas e mais baratas. Isso permitirá um aumento na oferta de educação de forma mais eficiente. O Life-Long Learning (projeto de educação contínua desenvolvido na Finlândia) será uma tendência na medida em que as pessoas vivem mais e de forma mais saudável. A educação será mais importante e mais reconhecida, fazendo com que os educadores sejam mais respeitados e melhor pagos. Contudo, como os professores são "imigrantes digitais", enquanto os alunos são "nativos digitais", o papel dos professores precisa mudar. Os professores do futuro serão mais facilitadores do que professores tradicionais. Em espanhol, dizemos
que "o diabo sabe mais por ser mais experiente do que por ser o diabo", e podemos dizer o mesmo dos professores: "os professores sabem mais por serem mais experientes do que por serem professores".
Zero Hora — Há previsões de que, a partir de 2029, os computadores ficarão tão ou mais inteligentes do que o cérebro humano. Como isso impacta a educação?

Cordeiro —
 Estimamos que no ano de 2029, pela tendência de desenvolvimento dos computadores, eles terão quase o mesmo conhecimento humano. Isso vai permitir aumentar nosso conhecimento, então vamos ter uma educação muito melhor, porque vamos ter acesso a todo o conhecimento humano. É como uma internet dos cérebros humanos.

Zero Hora —
 Qual é o papel do professor nesse novo modelo educacional, especialmente em relação à inteligência artificial?

Cordeiro — Os professores do futuro serão  facilitadores e orientadores, guiando as possibilidades dos alunos individualmente, mas também em grupos. A inteligência artificial não vai substituir a inteligência humana, mas vai ajudar a qualificá-la. Com a inteligência artificial e outras novas tecnologias, a educação e o aprendizado vão experimentar a mais radical transformação da história da humanidade. Nós estamos realmente experimentando uma incrível revolução educacional.

Zero Hora — Uma educação mais individualizada costuma ser defendida por especialistas. Ao mesmo tempo, a realidade das salas de aula é outra, com professores que costumam atender a um número grande de alunos no dia a dia, muitas vezes com pouca estrutura. Qual a melhor estratégia para resolver essa demanda? Como a tecnologia pode ajudar?

Cordeiro — Graças às novas tecnologias, o trabalho dos estudantes em casa e na escola vai mudar radicalmente. Eles vão aprender mais em casa, online, e deveres de casa serão feitos na escola, com os professores e grupos de estudantes, trabalhando juntos para solucionar problemas. Nos próximos anos, os estudantes vão aprender mais e mais não apenas com os professores mas também com os os colegas. A tecnologia vai melhorar e ampliar a capacidade de aprendizado de todos.

 Link: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/precisamosderespostas/19,1430,4203273,A-tecnologia-vai-melhorar-a-educacao-mas-nao-substitui-la-defende-professor-da-Universidade-do-Futuro.html